O bordado de Dona Nice mais parece um encantamento. Bordado em cores variadas, que ela aprendeu escondido da mãe no patronato de Aracati, cidade onde nasceu. fundado para educar meninas ali do lugar. Fez dele uma arte. Livre, único a cada invenção. Sem obedecer a uma série, seu trabalho não se repetia nos modelos que criava. Bordava o que lhe vinha à mente e para um público seleto de amigas que incluía artistas, profissionais liberais, professoras. As amigas e também alunas costumavam encontrarem-se aos sábados para conversar e bordar com ela. Esses encontros viraram uma tradição e, sob o nome de Encontros com o Baobá, o Minimuseu Firmeza, abrigado na casa onde Nice e seu marido Estrigas moraram, sedia ainda hoje, a roda de bordados com Quintela, Evelúcia, Maria, Terezinha Farah, Lúcia Ferreira, Efe Rola e quem mais chegar.

É importante ressaltar que o Minimuseu Firmeza fundado por Nice e o marido, artista plástico assim como ela, em 1969, constitui-se num espaço onde acontecem projetos relacionados à arte, diversas atividades direcionadas para crianças e feiras criativas. O Minimuseu tem um acervo de mais de 500 obras incluindo alguns de seus bordadas, caixas de linhas e agulhas, fotografias e o próprio ateliê da artista. Das artes plásticas, ela foi pioneira no Ceará. Ingressou na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), em 1950. Nice ainda era mestra em doces e bolos.