Mestra
16 de maio de 2005
Fortaleza – Região Metropolitana de Fortaleza
03 de setembro de 1927
15 de agosto de 2014
Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.
Pra fazer uma foice precisa força e coragem. Aguentar a quentura que o cabra leva.
Dona Gerta regia o grupo da Dança da Cana Verde, em Fortaleza. Participavam 34 brincantes – parentes e amigos da comunidade de pescadores do morro de Santa Terezinha, no bairro Mucuripe, onde morava. Ela ficou à frente do grupo depois que seu marido, José Ferreira dos Santos, o mestre anterior, faleceu. José dos Santos já havia assumido o posto de seu padrinho “Zeca Três Vêis”.
Nesses tempos passados, o grupo não contava com a participação de mulheres. Dona Gerta apoiava a iniciativa, passou a costurar as roupas dos personagens do folguedo de origem portuguesa, aprendeu as músicas e a história que a brincadeira conta: o pedido, a licença e a festa de um casamento da Corte Real. No carnaval, os brincantes saíam às ruas e, de casa em casa, representavam e dançavam por uns trocados.
Ao se fazer Mestra ela assumira uma tradição e não queria vê-la desaparecer: “Enquanto eu puder cantar, eu canto. Enquanto eu puder dançar, eu danço. Enquanto eu estiver viva, a Caninha Verde também vai viver!”.
Com o falecimento de Dona Gerta, sem apoio institucional, como nos contou sua filha, Maria José dos Santos, – Mazé – o grupo da dança da cana verde também deixou de atuar.
99th Keliling street, Pekanbaru
62+5200-1500-250
Subscribe to our newsletter. Alwasy stay tune our information.