Mestre
30 de maio de 2006
Juazeiro do Norte (Região do Cariri)
18 de julho de 1926
9 de julho de 2014
Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.
“Eu tenho muito prazer porque eu posso dizer que eu sou Mestre, feito pela natureza.”
A arte de Manoel Graciano brota como natureza viva. De troncos de umburana ele fazia eclodir um universo mítico.
De artesão de peças utilitárias, (pilões e gamelas) do início de sua trajetória, tornou-se um artista singular. Suas peças – talhadas em madeira bruta, – serpentes, jabutis, sapos, homens híbridos, mulheres grávidas, sereias, reisados, bandas cabaçais, presépios – são sempre únicas, evidenciando a recusa do Mestre em se repetir. De tamanhos diversos, os tons fortes do vermelho, roxo, azuis, amarelos as tornam ainda mais surpreendentes ao olhar.
De onde surgem tanta variedade de formas e de cores? O Mestre dizia que “isso aí sai tudo da minha cabeça, essas naturezazinhas” … e completava: “ às vezes, faço uma peça que o camarada não sabe o que é, pergunta, e eu não sei dizer; sei que está feita, mas não sei o nome porque nunca vi esse bicho no mato, em canto nenhum”.
Nascido em Santana do Cariri, Mestre Graciano morava em Juazeiro do Norte. Trabalhava no quintal de casa com o auxílio de sua esposa Cícera, que pintava suas peças. Dois filhos seus – Francisco Graciano Cardoso – Mouzinho – e Cícero Ferreira – Cicinho – além de dois netos, Francisco Ednaldo Ferreira Cardoso e Geovane Cardoso, também enveredaram pela arte de esculpir e continuam se dedicando a esse ofício. Graciano fazia questão de afirmar que não havia ensinado nada aos filhos, que a observação devia ter feito o seu papel. No entanto, um conselho ele dava como a regra básica para se aprender essa arte – a serenidade: “ não se abuse, se ficar abusado não vai aprender nunca”.
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