Mestre
15 de maio de 2018
Assaré (Região do Cariri)
10 de setembro de 1945
11 de maio de 2018
Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.
Pra fazer uma foice precisa força e coragem. Aguentar a quentura que o cabra leva.
Nascido em 10 de setembro de 1945, numa localidade a 18 km do município de Assaré, Geraldo Gonçalves começou sua alfabetização ali mesmo, no sítio Serra de Santana. Em Assaré, fez o primário e em 1962 prestou o exame de admissão para o ginasial, na cidade do Crato. Filho de Maria Risalva e Silva e de José Gonçalves de Alencar, ele se descreveu em um de seus livros como “um menino tímido, assustado, nervoso” que se transformou em um “ rapaz boêmio, romântico e apaixonado pela poesia”.
Infelizmente, não conseguimos conversar com o poeta. Geraldo Gonçalves faleceu e não chegou sequer a comparecer à titulação de Mestre da Cultura, em 2018. Representado por sua filha, Polyana Gonçalves, simbolicamente, teve essa honraria confirmada na solenidade de diplomação no Theatro José de Alencar, em Fortaleza. Polyana também nos recebeu em sua casa, no município de Assaré e, emocionada, nos falou da alegria com que Mestre Geraldo Gonçalves havia recebido a notícia de ter sido um dos escolhidos Mestre da Cultura.
Além de poeta, Geraldo era educador, atuando como professor e alfabetizador de crianças e adultos. Apaixonado pela poesia, deixou impresso na sua obra uma forte crítica social. Fundou a Academia de Letras e Literatura Popular Patativa do Assaré, também compôs músicas e gostava de declamar versos. Entre seus livros estão: Suspiros do Sertão, Clarão da Lua Cheia, Atrativos do Amor e da Paz, Ramalhete e a adaptação para o cordel do clássico de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas.
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