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Mestre

Joaquim de Cota

Joaquim Pereira Lima

Mestre de artesanato em couro

Publicação no Diário Oficial do Estado

30 de maio de 2006

Cidade/Residência

Assaré ( Região do Cariri)

Nascimento

08 de Julho de 1917

Falecimento

20 de fevereiro de 2012

(recitanto)

Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.

“Quando eu era rapaizim gostava de andar de cavalo, levei um tombo fui no inferno vi o bicho ruim e quando acordei tava em casa, e num pense que eu tô brincando não seu minino que tava tão quente que passei três dias sem tumar banho pruque o corpo num esfriava…”

O trecho do causo acima é de autoria de seu Joaquim. Um hábito que cultivava – contar histórias – ao sentar-se na calçada de casa que era também sua oficina, em Assaré, rodeado de filhos e netos.

O filho de Dona Cota, daí o apelido, tinha destreza com trabalhos manuais, chegou a fazer crochê com agulha de pau quando menino. Foi ferreiro, carpinteiro, sapateiro, agricultor.

O trabalho com o couro começou aos quinze anos. Saiu do Crato, onde nasceu e em 1945 adotou Assaré como moradia.
Autodidata, Joaquim de Cota fazia, selas, selins, gibões, cintos de couro de cobra, arreios, bolsas, bainhas para facas, xaréus. Produtos marcados pela minúcia de detalhes que saíram do Ceará para outros estados do Brasil e do Brasil para o mundo.

Cioso de seu trabalho, sentia orgulho do que fazia : “De couro eu faço tudo”.
Depois de sua morte, o genro, Francisco Vieira de Souza, ficou fazendo as selas de couro e seu filho, Antônio Rodrigues, arreios e trabalhos menos elaborados.