Mestre Joviniano era neto de santeiro. Aprendeu a esculpir vendo o avô trabalhar. Suas peças guardam um estilo minimalista, são econômicas no entalhe o que evidencia um preciosismo e delicadeza na arte da qual era mestre.

Joviniano não tinha oficina, trabalhava em casa, sem ajudantes ou auxiliares. Não deixou seguidores e não fez escola. Raimunda Gomes da Silva, Dona Preta, sua viúva, guarda em casa poucas peças do marido. Por seu grau de perfeccionismo todo o processo de esculpir uma imagem era executado apenas por ele. Comercializava suas peças de porta em porta, viajando por outras cidades. Os santos que esculpia tinham uma relação direta com sua religiosidade. Traduziam uma sintonia entre fé e trabalho.

Tanto é que Joviniano tentou também ser maleiro e, embora, por algum tempo, essa atividade garantisse seu sustento, sua devoção e seu prazer em esculpir santos falaram mais alto. Foi, a esse ofício, mesmo com dificuldades nas vendas, que se dedicou inteiramente. Mestre Joviniano, apesar da preferência por São Francisco, de quem era devoto, esculpia santos diversos. O que não se modificava era a aparência que Joviniano conferia a cada um. Para o Mestre, era o traje de cada santo a característica que deveria ser mantida. Já as dimensões variavam de acordo com o tronco da Umburana – madeira que ele utilizava em suas imagens.