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Mestre

Panteca

Francisco Pedrosa de Sousa

Mestre de Boi-Bumbá

Publicação no Diário Oficial do Estado

4 de maio de 2004

Cidade/Residência

Sobral (Região Norte)

Nascimento

8 de abril de 1933

Falecimento

7 de maio de 2006

(recitanto)

Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.

Música é aquela que o sujeito sente, toca e faz você sentir ela no coração.

Foi no Boi Coração, de Inácio Melo, da Serra de Santo Antônio dos Camilos, distrito da Meruoca, que Panteca teve sua iniciação nessa brincadeira de Boi. Tomou gosto.

Em 1987, recriou o Boi Ideal, fundado pelo sogro Raimundo Casimiro nos anos quarenta, e que havia perdurado até 1955.

O jogo de peteca, que lhe valeu a alcunha, deu lugar a um ofício que extrapolava o do trabalho diário na terra. Além de lavrador, Panteca tornou-se Mestre de Boi, função que ele claramente definiu:  “ser mestre é ser dirigente do boi, ser chefe de tudo”.

Panteca enquanto esteve à frente do Boi Ideal foi seu chefe e, mais que isso, uma inspiração para os grupos de Boi que se formaram em Sobral, lugar onde vivia e aonde o seu grupo reinava. Sua paixão pelo Boi unia a comunidade.

O Boi Ideal era um boi misturado ao reisado. E isso lhe fazia confiante do  trabalho de Mestre que realizava, sabia que mantinha viva uma tradição milenar: “Esse negócio de reisado é do começo do mundo!” 

Hoje, o neto de Mestre Panteca, João Mendes, continua a tradição do Boi. 

Ele está à frente do Boi Paz no Mundo,  – fundado em 2010 –  influenciado pelo Boi Ideal.  São 59 pessoas ,entre brincantes e ajudantes, que  nos meses de janeiro e agosto (mês do Folclore) obrigatoriamente saem a brincar. Isso não significa que o resto do ano seja de calmaria. Como disse João Mendes : “estamos sempre a postos. É só chamar que a gente vai”.