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Mestre

Sebastião Chicute

Sebastião Alves Lourenço

Mestre de Reisado e Cordel

Publicação no Diário Oficial do Estado

30 de maio de 2006

Cidade/Residência

Capistrano (Região do Maciço de Baturité)

Nascimento

24 de abril de 1934

Falecimento

1 de fevereiro de 2015

(Cantando)

“Eu estou autorizado / vamos cantar desde já / estava esperando vocês chegarem de lá / fazendo o livro dos mestres da cultura do Ceará. Pedro Bandeira está aqui no bairro Lagoa / chamada Lagoa Seca onde o pássaro ainda voa / a cabeça já tá branca mas a cantoria é boa”. 

“Para mim rede não arme / para mim cama não forre / eu quero morrer cantando, benzendo e tomando um porre / morrer em pé estalando como um pé de angico mole / morrer em pé estalando como um pé de angico mole”.

“Enquanto existir os Irmãos Aniceto o folclore não se acaba no nosso Brasil.”

O Reisado  deu vazão à poesia de Sebastião Chicute.  Foi, no Reisado, no improviso de mestre,  para desenvolver com maior criatividade o roteiro musical ali  apresentado que  Sebastião se viu poeta.  Descobriu então seu ponto forte. Sebastião  Chicute era um cordelista, sem viola, mas com aprumo de rimas. Um poeta que não frequentou a escola regular. Aprendeu a somar e a ler por que tinha que anotar os pedidos fiados dos fregueses na bodega onde trabalhava. Se a necessidade lhe abriu os caminhos da escrita e leitura, que dirá o prazer de fazer cordéis. Tinha ainda um programa de rádio em Capistrano, onde morava, no qual lia as cartas que recebia. A memória privilegiada lhe ajudou. Ouvia moda dos cantadores e decorava com facilidade. Publicou em vida mais de quarenta e cinco títulos. Dizia do que mais lhe dava prazer “ Lá vou eu escrever um verso, passo uma noite, passo duas noites, depende do tempo e do dom”.