Mestre
30 de maio de 2006
Aquiraz – Prainha ( Região do Litoral Leste)
25 de setembro de 1925
11 de dezembro de 2013
Pessoal, quando eu morrer /
que vocês forem me enterrar /
num quero ver ninguém chorando /
porque eu não gosto de chorar /
vocês levem um violão /
pra na minha voz cantar /
cante música de reisado que eu gostava de cantar /
Gente, quando eu morrer /
eu não quero choro profundo /
eu quero um boi no meu enterro /
pra eu brincar no outro mundo /
pra eu brinca lá com São Pedro /
que é o chaveiro do mundo.
“Quando eu era rapaizim gostava de andar de cavalo, levei um tombo fui no inferno vi o bicho ruim e quando acordei tava em casa, e num pense que eu tô brincando não seu minino que tava tão quente que passei três dias sem tumar banho pruque o corpo num esfriava…”
Seu Oliveira nasceu e se criou à beira –mar, na Prainha, distrito do município de Aquiraz. Conforme a ordem comum da realidade local seguiu o que deveria ser seu percurso natural. Foi ser pescador, assim como seu pai, e, também como ele, casou-se com uma rendeira.
De pai para filho, a realidade parecia se perpetuar, mas, mesmo de viés, a vida às vezes inventa moda. Inventou. Impossibilitado de pescar por causa de comprometimentos com a saúde, seu Oliveira tornou-se artesão.
Daí o que havia sido uma brincadeira nos tempos de criança transformou-se em sua principal atividade aos cinquenta anos de vida. O mestre passou a fazer réplicas de jangadas. Segundo ele, as jangadas eram fabricadas com “ cipó de Imbé que vem do olho da árvore, na mata fechada, onde as cobras cantam”. A Timbaúba, Imburana, raiz de cajueiro eram algumas das matérias – primas utilizadas. Fazia réplicas de vários tamanhos, porém, as mais procuradas eram as miniaturas que se sobressaíam pelo grau de detalhamento e precisão do corte. Elas o tornaram conhecido na região e fizeram o seu trabalho ser bastante procurado – um trabalho que possibilita fixar a imagem das jangadas como uma memória.
Segundo Alexandra, a filha que o acompanhava de pertinho, o Mestre das jangadas deu dois cursos com o apoio da CEART. Cinco alunos se organizaram em forma de cooperativa e durante três anos colocaram em prática os ensinamentos aprendidos. Hoje, entretanto, não executam mais o trabalho de fazer as jangadas. Lorena Oliveira Silva, neta de Oliveira ainda guarda o ofício de memória e até restaurou uma jangada feita pelo avô, embora não faça disso sua atividade de sobrevivência.
99th Keliling street, Pekanbaru
62+5200-1500-250
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