Walderedo definiu a si mesmo numa entrevista como “um cidadão nascido no Crato que teve a vida toda de trabalho e sacrifício”. Completou : “Trabalhei como carpinteiro, como eletricista e em várias profissões. Mas a minha primeira profissão foi a de gráfico”.
E foi através da gráfica que ele conheceu a xilogravura, arte que abraçaria e o faria famoso ao participar de coletivas com o acervo do Museu de Arte da Universidade do Ceará em cidades como Lisboa, Barcelona, Colônia, Madri, Viena, Basileia e Paris.

Sua precisão ao trabalhar a madeira e sua técnica – criação individual – era o que fazia com que suas peças adquirissem um “meio tom”, característica de sua obra. Ele explicou, digamos, a metodologia que utilizava, numa tentativa de dizer que era simples e estava ao alcance de quem se atrevesse fazê-lo: ” A gente deixa essa parte aqui bem elevada. Aí essa elevada fica bem escura, aí vai puxando. Deixei aqui elevado, aí vou raspando um pouquinho, é só raspar e fica mais claro, pega menos tinta quando o rolo passa e ela imprime mais branco.”

Walderedo influenciou toda uma geração de artistas, nas suas xilogravuras estão as marcas de genialidade de um grande xilogravurista.

A xilogravura de Walderêdo está longe de ser a tábua escavada, de modo tosco. Ele é preciso no corte, refinado nos detalhes e sua criação é inconfundível. Luís Karimai, pintor e desenhista de méritos, e Nilo, um dos talentos da nova geração são seus “herdeiros”.