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Mestre

Vino

Silvino Veras D’Ávila

Mestre Luthier de Rabecas

Publicação no Diário Oficial do Estado

24 de setembro de 2007

Cidade/Residência

Irauçuba (Região Norte)

Nascimento

5 de setembro de 1917

Falecimento

20 de agosto de 2013

(Cantando)

“Eu estou autorizado / vamos cantar desde já / estava esperando vocês chegarem de lá / fazendo o livro dos mestres da cultura do Ceará. Pedro Bandeira está aqui no bairro Lagoa / chamada Lagoa Seca onde o pássaro ainda voa / a cabeça já tá branca mas a cantoria é boa”. 

“Para mim rede não arme / para mim cama não forre / eu quero morrer cantando, benzendo e tomando um porre / morrer em pé estalando como um pé de angico mole / morrer em pé estalando como um pé de angico mole”.

“Enquanto existir os Irmãos Aniceto o folclore não se acaba no nosso Brasil.”

Mestre Vino confeccionava rabecas – uma espécie de violino com quatro cordas de tom mais baixo e timbre fanhoso. Sua oficina de carpintaria era na varanda de sua casa, no distrito de Juá, a 20km da sede do município de Irauçuba. O Mestre, antes das rabecas, já havia trabalhado em várias profissões, como pedreiro e carpinteiro em cidades do interior do Ceará – Aracati e Itapajé. O som de uma rabeca lhe chegou pela primeira vez nos anos de 1930. Foi nessa época, quando viu o primo João Silvino tocar, que decidiu fabricar o instrumento. E fez. – ”Vi umas rabecas feitas, olhei, olhei e aprendi a fazer” – . Aprendeu também a tocar. “Fui pelejando, pelejando até aprender”.


Usava para fabricá-las o pinho. Quando não havia essa madeira ele dava soluções próprias: nas laterais usava raiz de juazeiro; para a frente e fundo do instrumento eram a umburana de cheiro, o cumaru; o braço era de pau-d’arco.


Além de Luthier e tocador de rabeca, Silvino tocava violão, pandeiro, cavaquinho e zabumba. Animou muitas festas na sua região. Passava pelo xote, baião, maracatu, marcha, frevo, bolero, fox, marzuca, valsas. Dizia que só o rock ficava de fora, por que não era do tempo dele.